Atualmente, média de abstenção no SUS Municipal para consultas e exames está estimada em 30%; Prefeitura pretende reduzir as faltas para potencializar os serviços ofertados (Rodrigo Zanotto)
A Secretaria de Saúde de Campinas estima recuperar 84 mil vagas em consultas e exames nos centros de saúde (CSs) e policlínicas, no período de um ano, com a ampliação do uso de inteligência artificial (IA) para reduzir faltas nos agendamentos. A Pasta anunciou que 70 mil mensagens mensais serão disparadas a partir da segunda quinzena de maio via chatbot pela assistente virtual “Ana”, pelo WhatsApp, para lembrar os pacientes das marcações e, com isso, otimizar serviços.
Atualmente, a média de abstenção no SUS Municipal para consultas e exames está estimada em 30% da agenda. Testes realizados pela Pasta em fevereiro mostraram que o WhatsApp permite um alcance mais efetivo de pacientes quando comparado ao sistema URA (ligações por robôs), e a diminuição das faltas foi de até dez pontos percentuais. Além disso, a “Ana” começou a funcionar em fevereiro, e a Saúde aposta em sua popularização, ou seja, que as pessoas conheçam cada vez mais este recurso on-line.
O prefeito Dário Saadi (Republicanos) destacou que a aplicação da IA permite otimização da estrutura. “Aqueles pacientes que tiveram contato com a plataforma através do WhatsApp tiveram uma aprovação fantástica, mais de 90% aprovaram o uso da ferramenta. E nós tentaremos colocar outras pessoas no lugar daquelas que confirmarem que não vão participar da consulta. Também é importante que o cidadão entenda a importância dessa ferramenta mantendo o cadastro atualizado e também respondendo (aos contatos)”, disse.
Na prática, a medida significa a chegada dos serviços de saúde aos usuários. São três objetivos da Prefeitura: ampliar o acesso dos pacientes ao SUS Municipal, reduzir as faltas para potencializar os serviços ofertados e otimizar as vagas disponíveis para outros usuários do sistema, a partir da disponibilidade, com a informação prévia de ausência em agendamentos.
A base usada pela Saúde nas análises foram as agendas com maiores índices de absenteísmo, ambas na Policlínica 3: gastroclínica (25%) e ultrassonografia (48%). Os testes mostraram que a mensagem via WhatsApp chegou aos pacientes e houve retorno para 51,5% dos casos. O índice é quase um terço superior aos 38,6% verificados quando aplicado o sistema URA. Isso se reflete na maior chance de reduzir faltas.
Para a gastroclínica, o WhatsApp permitiu a redução de seis pontos percentuais e, com isso, o absenteísmo passou para 19%. Já para a ultrassonografia, a diminuição registrada foi de dez pontos percentuais, o que fez com que o indicador chegasse a 38%.
A ausência em agendamentos de ultrassonografia caiu de 48% para 38%. Já para gastroclínica, a redução foi de seis pontos percentuais, de 25% para 19%.
Caso o envio de mensagens consiga manter a meta de redução nas faltas, a expectativa é de que 7 mil exames e consultas deixem de ser perdidos por mês no SUS Municipal (diante do envio de 70 mil mensagens), avaliou o coordenador departamental de Tecnologia da Informação, Leonel Carlos Pereira.
“A ideia do projeto é que a gente consiga reduzir o absenteísmo e otimizar as vagas. Nós temos casos de pacientes que, por qualquer motivo, acabam esquecendo da sua consulta. Quando mandamos esse alerta, o paciente vai relembrar da consulta e não vai faltar por esquecimento. Mas a otimização das vagas se dá por aquele usuário que, por alguma intercorrência, não vai poder comparecer no dia. Então, a partir do momento que ele interage conosco e fala que não vai poder comparecer na consulta, nós podemos trazer alguém que está aguardando para a vaga dele. Desta maneira, otimizamos o uso do nosso recurso”, destacou Leonel.
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