EPIDEMIA

Dengue causa mais duas mortes em Campinas

Agora são 16 óbitos na cidade; confirmação aconteceu no mesmo dia que a barreira dos 70 mil casos foi superada

Eliane Santos/ [email protected]
01/05/2024 às 12:37.
Atualizado em 01/05/2024 às 12:40
Secretaria de Saúde orienta a procurar um dos 68 centros de saúde em caso de febre; vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos também está disponível nas unidades básicas de saúde do município, com 8,7 mil doses já aplicadas até terça (Rodrigo Zanotto)

Secretaria de Saúde orienta a procurar um dos 68 centros de saúde em caso de febre; vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos também está disponível nas unidades básicas de saúde do município, com 8,7 mil doses já aplicadas até terça (Rodrigo Zanotto)

Campinas atingiu na terça-feira (30) a marca de 16 óbitos com duas novas vítimas fatais confirmadas pela Secretaria de Saúde de Campinas. A informação foi divulgada no mesmo dia em que a cidade rompeu a barreira dos 70 mil casos de dengue em 2024, a pior epidemia da série histórica do município iniciada em 1998. Vinhedo confirmou, também na terça-feira, a primeira morte por dengue após nove anos sem ocorrências fatais.

Nesta terça-feira à tarde, a Secretaria de Saúde confirmou mais duas mortes por dengue em Campinas. As vítimas morreram entre 28 de março e 8 de abril. Com isso, a cidade tem apenas seis óbitos a menos que 2015, ano com o segundo maior número de casos e a maior quantidade de mortes na história da cidade (22).

As novas vítimas são uma mulher de 74 anos, com comorbidades, moradora da área de abrangência do CS Costa e Silva. Ela foi atendida na rede privada, teve início dos sintomas em 25 de março e morreu em 28 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 1. O segundo óbito é de um homem, 83 anos, com comorbidades, morador da área de abrangência do CS Taquaral. Ele foi atendido na rede privada, teve o início dos sintomas em 3 de abril e morreu no dia 8 do mesmo mês. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 3.

O mosquito Aedes aegypti já causou 70.052 infecções na cidade. Enquanto a doença continua avançando, as doses aplicadas da vacina ainda não atingiram a casa dos 50% do total destinado a Campinas pelo Ministério da Saúde (MS). Ao todo, foram entregues 18.063 doses voltadas a crianças e adolescente entre 10 e 14 anos, o último balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde apontava 8.692 vacinados.

A vacinação com o imunizante Qdenga teve início no dia 11 de abril. “Há doses em todos os centros de saúde”, afirmou a coordenadora do Programa de Imunização, Chaúla Vizelli, para quem a procura ‘tem sido expressiva’. Segundo Chaúla, o número é considerado expressivo na medida em que o público-alvo é considerado mais difícil de se atingir e devido às orientações do Ministério da Saúde que dificultam que a vacina seja aplicada fora dos CSs. Chaúla também revelou que houve uma queda de 20% na procura pelo imunizante nos últimos sete dias.

Para tentar reverter esse quadro, a coordenadora explicou que as orientações feitas aos jovens sobre a importância da vacina dentro das unidades educacionais será intensificada. A ação será possível por meio de uma parceria entre as pastas de Saúde e Educação. Ela também adiantou que serão feitas explanações sobre a Qdenga durante as tradicionais campanhas de vacinação.

Até o momento, na faixa etária de 10 a 14 anos foram 3.775 casos e um óbito até agora. O esquema vacinal é composto de duas doses, com intervalo de três meses. Por se tratar de uma vacina nova, a recomendação do Ministério da Saúde é que, após a vacinação, o jovem permaneça em um centro de saúde em observação por pelo pelo 15 minutos para observação de possíveis reações. Segundo Chaúla, nenhum caso grave foi registrado e Campinas até o momento.

“A vacina é segura, salva vidas e está à disposição em todos os Centros de Saúde. Estamos tomando todos os cuidados tanto para quem aplica como para quem toma.”

Campinas também tem duas semanas epidemiológicas acima de oito mil casos, o que corrobora a afirmação dos especialistas em saúde de que a cidade teria o pico da epidemia em abril. Na semana do dia 31 de março a 6 de abril, 8.512 casos já foram confirmados. Entre os dias 7 e 13 de abril, já são 8.548.

VINHEDO

O Boletim Epidemiológico de Vinhedo, relativo ao período de 24 a 30 de abril, confirmou a primeira morte por dengue registrada no município. A vítima era uma mulher de 84 anos, moradora da região da Santa Claudina, que possuía diabetes e hipertensão.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o início dos sintomas foi em 19 de março e o óbito ocorreu no último dia 7, sendo confirmado, oficialmente, nesta semana. A cidade não registrava morte pela doença há 9 anos. De acordo com a assessoria de imprensa da cidade, assim como ocorre em todo o Estado, os números de dengue em Vinhedo seguem em crescimento, apesar de várias ações de bloqueio e ações de conscientização realizadas pela Prefeitura. Até o momento, foram confirmados 1.915 casos no município, sendo 1.868 autóctones e 47 importados. Outros sete pacientes aguardam resultados.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por