Intenção é que as dívidas sejam todas quitadas em um prazo de 10 anos (Diego Almeida/PontePress)
Enquanto a equipe não embala na Série B do Campeonato Brasileiro, a diretoria executiva da Ponte Preta se esforça para resolver o seu quadro financeiro. Agora, o clube encaminha para fechar um acordo junto a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), entidade vinculada a CBF e responsável por gerenciar conflitos e disputas no âmbito do futebol, cuja atuação é uma espécie de tribunal esportivo.
A reportagem do Correio apurou que, pela proposta encaminhada pela Ponte Preta, existe o compromisso de pagar 90 processos de dívidas e com isso afastar o risco do clube sofrer novos Transferban´s, expediente que impediria a contratação de jogadores na próxima janela programada para o período de 10 de julho a 2 de setembro. A estimativa é que o valor total chegue a R$ 14 milhões para ser quitado em um período de 10 anos.
Regras serão estipuladas para a Macaca entrar no procedimento, caso ocorra o deferimento do CNRD. A maioria dos processos terão de ser quitados em, no máximo, seis anos, enquanto que as ações de maior valor seriam pagas nos últimos anos do prazo estabelecido. A Macaca aguarda o deferimento do pedido junto ao CNRD. No entanto, o clube já obteve uma liminar que determina a suspensão de todos os procedimentos de execução. Ou seja, o clube não poderá sofrer qualquer medida que envolva bloqueio de receita ou de transferência de jogadores.
As conquistas viabilizadas pelo departamento jurídico impedem que a Macaca reviva pesadelos como o de fevereiro do ano passado, quando diversos transferban ´s impediram que a Macaca efetuasse contratações durante a Série A-2, em que a equipe sagrou-se campeã. Na oportunidade, a Ponte Preta foi punida por falta de pagamento para o técnico Eduardo Baptista e do zagueiro Nathan, cujas dívidas totalizavam R$ 2 milhões.
Além disso, a Macaca precisou entrar em acordo com dívidas do técnico Marcelo Chamusca, no valor aproximado de R$ 300 mil. As ações foram geradas na gestão de José Armando Abdalla Junior. Todas as pendências foram quitadas pela atual diretoria executiva. Em dezembro do ano passado, o clube também entrou em acordo com o lateral Igor Vinicius para evitar um novo Transferban. O valor era de R$ 270 mil.
A resolução dos conflitos financeiros é um complemento à implantação do Plano de Pagamento Especial Trabalhista, cuja principal vantagem é a dispensa da anuência dos credores, algo exigido na modalidade da Recuperação Judicial. Por esta metodologia, um colegiado do Tribunal Regional do Trabalho é quem aprova o plano de pagamentos.
A Ponte Preta, ao optar pelo PEPT no ano passado, terá o prazo de seis anos para pagar os débitos. Ao contrário do que previsto nas regras da Recuperação Judicial, não existe a possibilidade de um credor "majoritário" direcionar as deliberações em seu favor. Motivo: o plano tem que ser seguido rigorosamente conforme previsto e fiscalizado pelo juiz.
O não cumprimento das obrigações acarreta na execução das obrigações sem risco de falência, cenário contido na Recuperação Judicial.
Enquanto trabalha na preparação para o confronto diante do Goiás, domingo, na casa do adversário, a Macaca ainda aprimora o planejamento no departamento de futebol profissional. O zagueiro Euller acertou o seu empréstimo ao Cianorte -PR, integrante da Série D do Brasileiro pelo Cianorte-PR. Enquanto isso, Thiago Oliveira foi devolvido à alvinegra. Ele estava no CSA-AL. O jogador tem contrato até o final de 2025.
Tanto Euller como Thiago Oliveira teriam dificuldades para se firmarem no elenco devido a alta concorrência.
Atualmente, o técnico João Brigatti conta na zaga com Luis Haquin, Castro, Nilson Júnior, Joilson, Sérgio Raphael, Matheus Silva e Edson.
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