PROGRAME-SE

Teatro Barracão promove dois espetáculos no fim de semana

Hoje, às 20h, a Cia. DitaCuja encena ‘A garota que guiava trens’ e amanhã, às 11h, a Cia. dos Náufragos’ apresenta o musical ‘Destroca’

Da Redação
20/04/2024 às 09:22.
Atualizado em 20/04/2024 às 09:22
O espetáculo ‘A Garota que guiava trens’ foi criado a partir de histórias recolhidas durante uma viagem da Cia. A DitaCuja por uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (divulgação)

O espetáculo ‘A Garota que guiava trens’ foi criado a partir de histórias recolhidas durante uma viagem da Cia. A DitaCuja por uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (divulgação)

Companhias premiadas de Ribeirão Preto e de Campinas encenam dois espetáculos teatrais neste final de semana dentro do Projeto Terceiro Sinal, do Teatro Barracão, em Barão Geraldo. Hoje (20/4), às 20h, a cena será ocupada pelo drama "A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho", assinado pela Cia. A DitaCuja. Já amanhã (21/4), às 11h, a plateia confere o musical infantil "Destroca", protagonizado pela Cia. dos Náufragos. Nas duas apresentações, o ingresso será pago na passagem do chapéu, ou seja, por contribuição espontânea do público.

O Projeto Terceiro Sinal é realizado durante o terceiro fim de semana de cada mês, com uma programação diversificada, abrangendo teatro, música, performance ou circo. Os organizadores afirmam que "o projeto é um despertar para a construção de uma cena cultural ativa, popular e democrática". Atualmente, a iniciativa conta com a curadoria artística das companhias campineiras Cia. dos Náufragos, Cia. Histriônica de Teatro, além dos artistas Eduardo Brasil e Tiche Vianna. 

"O Terceiro Sinal tem a capacidade de criar um hábito, uma rotina, tornando a cultura artística parte do cotidiano da vida das pessoas. Elas sabem que podem ter uma vivência artística de qualidade, interessante, que faz bem a ela e promove o encontro entre pessoas legais, além de desenvolver pensamento e criatividade, uma vez ao mês. Isso faz com que cada pessoa acrescente a nossa programação no rol de coisas interessantes que ela pode fazer na vida", destaca a diretora teatral Tiche Vianna, integrante do Teatro Barracão. 

O DRAMA

O espetáculo "A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho" foi criado a partir de histórias recolhidas durante uma viagem da Cia. A DitaCuja ao longo de uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros — a Estrada de Ferro Vitória a Minas. A peça traz à tona a relação das cidades e seus moradores com o impacto provocado pelas grandes empresas da região, tanto no seu desenvolvimento quanto na história recente do Rio Doce e os acidentes ambientais que mudaram a paisagem e as cidades do entorno.

Na obra, uma jovem maquinista de trem segue a profissão herdada de várias gerações de mulheres da família e se questiona sobre os trilhos de seu destino enquanto segue sua rotina, encontrando figuras marcantes pelo caminho. Um acontecimento inesperado, no entanto, muda o curso de sua história e de todos pelo caminho.

"Abordar temas críticos num espetáculo teatral é extremamente agregador, faz diferença, principalmente para a juventude, ainda em processo de formação intelectual, vivendo o momento de começar a olhar para o contexto social em que está inserido. Quem desenvolve a habilidade de filtrar o que recebe de fora, a partir de uma ótica mais humanista, com princípios éticos e de diversidade, torna-se capaz de se posicionar ante a vida em sociedade e protagonizar sua própria história. Esse é o papel do teatro, esse é o nosso trabalho", diz a atriz e dramaturga Monalisa Machado.

Integram o elenco também: Michelle Maria, Rafa Touso, Monalisa Machado e Tânia Alonso, que também assina a direção junto com Flávio Racy. A trilha sonora foi criada por Guilherme A.B.C. Ishie, os figurinos são assinados por Zezé Cherubini e a cenografia e desenho de luz são criação de Flávio Racy. 

Em sua trajetória, a Cia. DitaCuja percorreu mostras e festivais, dentre eles, o edital de montagem do Prêmio Myriam Muniz 2012 da Funarte que proporcionou a montagem e primeira circulação da peça "Dom Chicote Mula Manca" e editais do Proac. "Dom Chicote Mula Manca" e "Viajantes" também ganharam prêmios no Festival de Teatro de Ibirá, Festival Nacional de Teatro de Paranavaí e Festival Nacional de Teatro de Pindamonhangaba.

O MUSICAL

Um mergulho no universo plural dos games, dos desenhos animados e das histórias em quadrinhos para acompanhar as peripécias fantásticas de dois irmãos e uma iguana é o que a Cia. Dos Náufragos, de Campinas, propõe aos espectadores do musical "Destroca", que será encenado amanhã, às 11 horas.

O musical infantil "Destroca" foi concebido, de forma coletiva, a partir da livre adaptação da obra literária "Troquei meu pai por dois peixinhos dourados" (The Day I Swapped My Dad for Two Goldfish), do reconhecido escritor britânico Neil Gaiman. Sob a direção de Moacir Ferraz (Boa Companhia|SP), a peça foi criada pelos atores músicos Miguel Damha, Esteban Alvares, Gisele Nunes, Graziele Garbuio e Renan Villela.

"Destroca" conta a saga de dois irmãos (um menino e uma menina) que, após trocarem o pai por uma iguana com um amigo, partem em uma busca fantástica para recuperar o extraviado genitor e evitar o castigo materno. Detalhe: tudo isso se passa antes da hora do jantar, o que aumenta ainda mais a aventura e as trapalhadas. "O humor é o motor do espetáculo. Acreditamos que aqui ele é o principal recurso não apenas para prender a atenção e entreter o espectador, mas para satirizarmos muitas das situações que exploramos na peça", avalia o ator Miguel Damha, que também assina a dramaturgia original.

Para dar vida a essa trama bastante fantástica, a Cia. Dos Náufragos convoca à cena a estética oriunda da cultura pop dos games, das HQs e dos desenhos animados. Por isso, quem avisa amigo é: tudo na cena é hiperbolizado. "A criança mistura realidade e fantasia o tempo todo. Nosso desejo foi levar essa lógica para cima do palco e contar uma história que só é possível sob a ótica infantil, mas que também entretenha os adultos. E isso está presente em todas as partes: no trabalho de atuação, na execução da trilha, no cenário e na iluminação", conta o diretor Moacir Ferraz.

A Cia. Dos Náufragos se destaca pela produção de espetáculos como "A Ilha Desconhecida", baseada na obra de José Saramago, a peça de máscaras "Contos para enganar a morte", o infantil "Destroca", com apresentações pelo interior de São Paulo via edital Proac 2021.

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