diversas fases

50 anos sem Picasso, o artista que não teve medo de mudar

Algumas iniciativas, inclusive no Brasil, relembram o gênio inquieto e inventivo da Arte Moderna

Cibele Vieira/ [email protected]
09/04/2023 às 09:51.
Atualizado em 09/04/2023 às 09:51
Picasso não foi apenas um pintor, mas um grande instigador da criatividade (Divulgação)

Picasso não foi apenas um pintor, mas um grande instigador da criatividade (Divulgação)

O espanhol Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, conhecido artisticamente como Pablo Picasso (1881-1973) foi um artista de grande genialidade e que produziu de forma abundante por 78 anos, durante seus 91 anos de vida. Ele assinou mais de 120 mil obras de arte, entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas e cerâmicas, morando a maior parte de sua vida na França, sendo considerado um dos grandes nomes da Arte Moderna. "Teve uma vida longa e produtiva, sempre abrindo novos caminhos para a arte, sem medo de se reinventar", relata Maria de Fátima Morethy Couto, professora de História da Arte Moderna e Contemporânea no Instituto de Artes da Unicamp. 

Picasso se diferenciou por mudar muito sua forma de pintar e produzir arte. "Ele nunca seguiu modas ou tendências, gostava de pesquisar e ir fundo nas diferentes modalidades, então teve um grande papel na renovação das artes no início do século 20", conta Fátima. Para as gerações dos anos 1970, Picasso deixou de ser um farol, na avaliação da professora, "porque as gerações de artistas de lá para cá pensam as artes de outras maneiras, usando novos meios, com outros temas e questões. Hoje todos reconhecem sua genialidade, mas não identificamos sua influência na Arte Contemporânea. Por ter mudado tanto, não fez muitos discípulos". 

O artista passou por diversas fases. "Tem o Picasso do Cubismo nos anos 1910 - quando introduziu novas formas de conceber a pintura como linguagem - uma maneira de criar que ele abandonou no período entre guerras, retornando às fontes clássicas da pintura (nos anos 1920). Já nos anos 1930 ele se interessou pelas questões surrealistas, embora nunca tenha adotado esse estilo. Então vemos que ele é um artista criativo, inventivo nas formas de representar o mundo, e com uma genialidade acima da média, mas que não mudava ao sabor da moda e nem era seguidor de nada, mas sempre um inventor", argumenta a professora. Mais à frente, comenta, "ele não teve problemas em revisitar obras do passado e isso mostra a admiração que os artistas de seu tempo tinham por ele, por essa imersão que fazia em diferentes formas de produzir arte". 

Exposições comemorativas

O artista ganha a exposição virtual "Picasso among us" (Picasso entre nós), que reúne mais de 220 cartuns de cerca de 35 países, organizada pelo site da Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB), no Blog HQMIX (https://blog.hqmix.com.br/exposicao/picasso-entre-nos/). "Esta é a melhor homenagem que poderíamos fazer para esta alma inquieta que sempre estará entre nós", afirma o presidente da ACB, José Alberto Lovetro. A mostra tem o apoio da Embaixada da Espanha no Brasil e ficará permanente no blog, recebendo contribuições. 

Na capital paulista, a exposição presencial e imersiva "Imagine Picasso" marca o ano do cinquentenário da morte do artista. Depois de ser exibida na França, Canadá, Estados Unidos e Espanha, chegou ao Brasil em março e fica até 18 de junho no Morumbi Shopping. O projeto cenográfico é do premiado arquiteto Rudy Ricciotti.

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