ALTA TEMPERATURA

Onda de calor na região não tem previsão para acabar

Instituto Nacional de Meteorologia emitiu alerta de ‘perigo potencial’ para a RMC

Daniel Rocha/ [email protected]
02/05/2024 às 08:33.
Atualizado em 02/05/2024 às 08:33
Especialistas recomendam manter a hidratação e beber bastante água, mesmo se não sentir sede, durante o período de calor e baixa umidade do ar (Kamá Ribeiro)

Especialistas recomendam manter a hidratação e beber bastante água, mesmo se não sentir sede, durante o período de calor e baixa umidade do ar (Kamá Ribeiro)

A atual onda de calor que atinge a região de Campinas não tem prazo para acabar e pode contar com temperaturas acima de 33˚C, segundo dados do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Embora a previsão indique que a onda não vai ser tão intensa quanto a que atingiu a região em março, com temperaturas acima dos 34ºC, mas o meteorologista e pesquisador do Cepagri, Bruno Bainy afirmou que a temperatura máxima provavelmente será registrada entre sexta-feira, dia 3, e domingo, dia 5.

Embora a região já estivesse sob uma sequência de dias quentes, com temperaturas acima da média, a situação ainda não havia atingido até terça-feira, dia 30, o patamar mínimo para configurar uma onda de calor. No entanto, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) publicou na terça-feira o aviso meteorológico de “perigo potencial” para onda de calor abrangendo a Região Metropolitana de Campinas (RMC). O termo "onda de calor" é usado quando há um aumento de temperatura de 5˚C em relação à média mensal. O aviso de “perigo potencial” é emitido quando há a persistência desse padrão por dois a três dias consecutivos. A desidratação e as queimaduras por exposição ao Sol são dois dos maiores riscos à saúde durante os períodos de ondas de calor, atingindo, em especial no primeiro caso, mais as crianças e os idosos.

De acordo com o médico de família e comunidade, também professor do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, Giuliano Dimarzio, o ideal é tomar 60 ml de líquido por quilo ao dia. Uma pessoa com 70 quilos tem de ingerir 4,2 litros diários, sendo 2,8 litros de água e 1,4 litro de isotônicos, reidratantes orais, água de coco, chás ou sucos.

A desidratação causa, segundo Dimarzio, tontura e hipotensão (pressão baixa), o que pode causar quedas. "Além disso, tem a questão das dores de cabeça e do próprio aumento da irritabilidade em função do calor, principalmente para as pessoas que trabalham expostas ao sol e com roupas que, pelo tipo de tecido, aumentam ainda mais a perda de calor.”

Já Jamiro Wanderley, professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), explicou que não há um resfriamento adequado do corpo se a desidratação é muito profunda. Com a perda de água, sais minerais, cloro, sódio etc., a pessoa fica mais cansada. "Se a sua urina estiver amarela escura e a sua língua estiver seca, hidrate-se, pois com ondas de calor, mesmo sem sede, é preferível se hidratar.”

OPERAÇÃO ESTIAGEM

A Operação Estiagem 2024, promovida pela Prefeitura de Campinas, começou no dia 1º de maio e se estende até 30 de setembro. Durante esses quatro meses, os mais secos do ano, as ações de prevenção e monitoramento são intensificadas na cidade. O período de estiagem causa elevação no risco de incêndio em área de cobertura vegetal, baixa a vazão dos mananciais e a umidade relativa do ar e conta com quedas bruscas de temperatura. A operação tem como base a adoção de medidas preventivas para minimizar os efeitos da seca e deflagrar ações a partir do acompanhamento dos índices de baixa umidade relativa do ar (URA), da previsão meteorológica e de imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Além disso, são realizadas vistorias de campo para verificar a vazão dos mananciais e prevenir focos de incêndios em área de cobertura vegetal.

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